LEGENDARY ASSASSINS... Jacky Wu mostra suas armas...

Os chamados filmes de kung-fu, os quais Bruce Lee popularizou lá pelos anos 70, estão meio fora de moda hoje em dia. A coisa se banalizou e não tem rendido muitos filmes interessantes ultimamente. Na contra-mão deste estado de coisas, os diretores chineses Chung Chi Li e Jacky Wu nos brindam em 2008 com uma obra muito divertida e criativa no gênero: LENGENDARY ASSASSINS ("Long nga", no original)

Numa ilha próxima a Hong Kong, uma policial corajosa e atabalhoada (Celina Jade, estreando no cinema) forma, acidentalmente, uma dupla com um errante (o próprio Jacky Wu, excelente e carismático) especializado em artes marciais para combater uma gang de marginais. Mas, na verdade, o errante é um assassino profissional contratado para assassinar (decapita e guarda a cabeça numa mala de boliche) o chefe da gang local. Quando um vendaval fecha a saída da ilha, os capangas e a mulher do assassinado partem para uma vingança. Tendo esse fiapo de estória mais do que manjada como partida, LEGENDARY ASSASSINS se transforma em prazer aos olhos e à inteligência.

Aos olhos porque as inúmeras cenas de luta são de uma beleza plástica deslumbrante. É ballet. No mínimo dança moderna. Ver uma quantidade enorme de pessoas e objetos, meticulosamente coreografada, a pular, rodopiar, girar, plainar, cair, voar, etc., satisfará aos mais exigentes admiradores do gênero. A cena do restaurante é muito boa. E até a notória cena clássica de artes marciais onde um luta contra milhares (feita num dos filmes da trilogia MATRIX) é inserida dentro de contexto. Confesso que não me lembro ter visto recentemente tanta maestria em cenas deste tipo. Acho que HERO, com Jet Li, foi o ultimo que vi dessa forma. Não há como desgrudar os olhos da tela. É uma festa aos olhos.

À inteligência porque a trama é muito bem conduzida, com direito a uma estrutura narrativa fragmentada, digna de filmes europeus, e surpresas no final, quando o passado emenda com o presente. Quando o expectador pensa que a história está chegando ao seu derradeiro fim, algo que foi mostrado no início (preste bem atenção na cena inicial, pois parece completamente fora de contexto) encaixa com algo ocorrendo no presente e uma revelação de impacto acontece, mexendo com as emoções e colocando o destino como fatalidade irrevogável.

As performances dos atores são proposiltalmente marcadas, robotizadas, beirando a caricatura. Algo que Tarantino usou muito na sua homenagem em KILL BILL Vol. 1 e 2. São olhares forçados e movimentos corporais carregados, ensaiados que dão um tom de deboche visual aos personagens, nos remetendo aos mais famosos gibis em quadrinhos de mocinho-e-bandido. As mortes dos mocinhos (raras) são lentas, as mortes dos bandidos (muitas) rápidas. Isso tudo com direito a doses cavalares de humor solto e rasgado nos quase 90 minutos de filme, seja através de personagens fisicamente engraçados (o capanga gigante ou o bandido gordão), seja através de situações cômicas (o policial ciumento tentando provar sua masculinidade ao comer muita pimenta).

Colocando-se exatamente como diversão garantida, e não se levando muito a sério, Chung Chi Li e Jacky Wu conseguem costurar bons momentos de pura magia despretensiosa, destinados apenas ao que se propõe: divertir. Veja. Já está disponível em P2P nas melhores redes do mercado online. Veja o trailler em http://www.youtube.com/watch?v=6byXGg7iHu8 .

E LEIA ANTES aqui, ou voce nunca vai saber sobre LEGENDARY ASSASSINS, uma revitalização do gênero de filmes de kung-fu, já disponivel em P2P... quando estréias nos cinemas brasileiros? Xxxiiiiiii... acho que nem em sonho...